10/23/2007

Dívida

O Paulo foi muito simpático e desafiou-me, há três meses (ups!), a contar no meu blog as minhas últimas cinco leituras. Vou mencionar unicamente aquelas que terminei mesmo agora o que estou a ler principalmente por (ou com) prazer. Ou seja, ando igualmente entretida com outras leituras de escravatura (para as aulas, para notas de programa e para artigos) que, julgo eu, não vale a pena referir agora.

Les Antimodernes, de Antoine Compagnon (Éditions Gallimard, 2005). Há uma boa tradução para castelhano na editora El Acantilado, deste ano. Imagino que Compagnon terá sido atacado pela direita e pela esquerda por causa deste livro. Eu, que já tinha lido Le démon de la théorie, de 1998, e que tinha apenas folheado o seu impressionante estudo sobre a citação, fiquei fascinada com este ensaio. Consegue dar a volta às nossas idées/lectures reçues sobre el modernismo. E está maravilhosamente bem escrito.

Franz Liszt. The Weimar Years, 1848-1861, de Alan Walker. O livro é de 1989 e já o tinha consultado como leitura de escravatura. Foi aliás por isso, por causa de umas notas para um concerto da Orquestra Gulbenkian em que foi tocada a Sinfonia Fausto, que voltei a usá-lo. Não sei o que aconteceu: desta vez, o estilo singelo e entusiasmado de Alan Walker conseguiu absorver a minha atenção e acabei devorando-o inteirinho. Agora pretendo começar Reflections on Liszt, de 2005.

Metamorfosis, de Ovidio, na tradução para castelhano da editora Cátedra. Confesso que nunca tinha lido de fio a pavio e dá jeito para muitas situações, particularmente, quando se gosta de visitar galerias de arte antiga com uma criancinha de sete anos...

Cien poemas, de John Donne, edição bilingue e tradução de Carlos Pujol, publicados pela Pre-Textos em 2003. Este acompanha-me desde Setembro. Apesar de cantar muitas vezes nos seus versos à Primavera, é uma boa leitura de Outono.

Parzival, de Wolfram von Eschenbach, editado pela Biblioteca Medieval Siruela em 1999. Por enquanto, só fala em complementos de moda (capas de seda verde e coisas no género) e em amores... Parece a Marie Claire. Estes wagnerianos deveriam rever com cuidado as suas fontes.

Já agora, Paulo, eu gostava de saber o que achaste de Todas las almas, de Javier Marías, autor que, como sabes, eu andei a ler há dois ou três anos.