Talvez seja apenas do interesse de uma minoria, mas acho que isso nem sequer deveria ser tomado em consideração. Pela minha parte, eu gostava muito de poder ler nesse forum opiniões de agentes directamente implicados com a educação artística, muito particularmente com a musical. Vamos ver se tenho essa sorte.numa atitude de incentivar uma cidadania activa e participada, estimular um
debate público e aberto sobre os rumos da Educação Artística em Portugal. Num
momento em que foi publicado um "Roteiro para a Educação Artística", um
"Relatório de Avaliação do Ensino Artístico" e se leva a cabo uma "Conferência
Nacional de Educação Artística", é indispensável a existência de um espaço de
opinião livre e independente, onde os mais directamente envolvidos - os
pedagogos da área, os artistas, os pais, os alunos, os directores pedagógicos de
escolas de educação artística eseus gestores - possam ter voz e ser ouvidos,
coisa que até ao momento parece ainda não ter sido possível.
10/24/2007
Forum de discussão sobre a educação artista em Portugal
Carlos Araújo Alves, do Ideias Soltas, teve a generosa ideia de criar um forum dedicado à discussão de temas relacionados com a educação artística. Chama-se precisamente assim: Educação Artística FORUM. Propõe-se, nas palavras do próprio Carlos:
10/23/2007
Dívida
O Paulo foi muito simpático e desafiou-me, há três meses (ups!), a contar no meu blog as minhas últimas cinco leituras. Vou mencionar unicamente aquelas que terminei mesmo agora o que estou a ler principalmente por (ou com) prazer. Ou seja, ando igualmente entretida com outras leituras de escravatura (para as aulas, para notas de programa e para artigos) que, julgo eu, não vale a pena referir agora.
Les Antimodernes, de Antoine Compagnon (Éditions Gallimard, 2005). Há uma boa tradução para castelhano na editora El Acantilado, deste ano. Imagino que Compagnon terá sido atacado pela direita e pela esquerda por causa deste livro. Eu, que já tinha lido Le démon de la théorie, de 1998, e que tinha apenas folheado o seu impressionante estudo sobre a citação, fiquei fascinada com este ensaio. Consegue dar a volta às nossas idées/lectures reçues sobre el modernismo. E está maravilhosamente bem escrito.
Franz Liszt. The Weimar Years, 1848-1861, de Alan Walker. O livro é de 1989 e já o tinha consultado como leitura de escravatura. Foi aliás por isso, por causa de umas notas para um concerto da Orquestra Gulbenkian em que foi tocada a Sinfonia Fausto, que voltei a usá-lo. Não sei o que aconteceu: desta vez, o estilo singelo e entusiasmado de Alan Walker conseguiu absorver a minha atenção e acabei devorando-o inteirinho. Agora pretendo começar Reflections on Liszt, de 2005.
Metamorfosis, de Ovidio, na tradução para castelhano da editora Cátedra. Confesso que nunca tinha lido de fio a pavio e dá jeito para muitas situações, particularmente, quando se gosta de visitar galerias de arte antiga com uma criancinha de sete anos...
Cien poemas, de John Donne, edição bilingue e tradução de Carlos Pujol, publicados pela Pre-Textos em 2003. Este acompanha-me desde Setembro. Apesar de cantar muitas vezes nos seus versos à Primavera, é uma boa leitura de Outono.
Parzival, de Wolfram von Eschenbach, editado pela Biblioteca Medieval Siruela em 1999. Por enquanto, só fala em complementos de moda (capas de seda verde e coisas no género) e em amores... Parece a Marie Claire. Estes wagnerianos deveriam rever com cuidado as suas fontes.
Já agora, Paulo, eu gostava de saber o que achaste de Todas las almas, de Javier Marías, autor que, como sabes, eu andei a ler há dois ou três anos.
Les Antimodernes, de Antoine Compagnon (Éditions Gallimard, 2005). Há uma boa tradução para castelhano na editora El Acantilado, deste ano. Imagino que Compagnon terá sido atacado pela direita e pela esquerda por causa deste livro. Eu, que já tinha lido Le démon de la théorie, de 1998, e que tinha apenas folheado o seu impressionante estudo sobre a citação, fiquei fascinada com este ensaio. Consegue dar a volta às nossas idées/lectures reçues sobre el modernismo. E está maravilhosamente bem escrito.
Franz Liszt. The Weimar Years, 1848-1861, de Alan Walker. O livro é de 1989 e já o tinha consultado como leitura de escravatura. Foi aliás por isso, por causa de umas notas para um concerto da Orquestra Gulbenkian em que foi tocada a Sinfonia Fausto, que voltei a usá-lo. Não sei o que aconteceu: desta vez, o estilo singelo e entusiasmado de Alan Walker conseguiu absorver a minha atenção e acabei devorando-o inteirinho. Agora pretendo começar Reflections on Liszt, de 2005.
Metamorfosis, de Ovidio, na tradução para castelhano da editora Cátedra. Confesso que nunca tinha lido de fio a pavio e dá jeito para muitas situações, particularmente, quando se gosta de visitar galerias de arte antiga com uma criancinha de sete anos...
Cien poemas, de John Donne, edição bilingue e tradução de Carlos Pujol, publicados pela Pre-Textos em 2003. Este acompanha-me desde Setembro. Apesar de cantar muitas vezes nos seus versos à Primavera, é uma boa leitura de Outono.
Parzival, de Wolfram von Eschenbach, editado pela Biblioteca Medieval Siruela em 1999. Por enquanto, só fala em complementos de moda (capas de seda verde e coisas no género) e em amores... Parece a Marie Claire. Estes wagnerianos deveriam rever com cuidado as suas fontes.
Já agora, Paulo, eu gostava de saber o que achaste de Todas las almas, de Javier Marías, autor que, como sabes, eu andei a ler há dois ou três anos.
10/22/2007
Kempff inédito
El pianista Wilhelm Kempff, que se dedicó también a la composición, pertenece a esa generación de intérpretes que creía en la verdad de la música y que despreciaba serenamente el mero efecto pirotécnico como medio para impresionar a la audiencia. Ésos son los principios en los que se fundamenta su raro talento para poner en evidencia el crecimiento, formal y sonoro, de las obras que formaron parte de su repertorio. Kempff conseguía esto sin explosiones retóricas, con una sabia dosificación de la tensión y una paleta maravillosamente aterciopelada de colores y ataques que ponen en relieve todos los detalles significativos para el entendimiento de cada obra.
En su caso, además, la contención no está reñida con la emoción. Todos los cortes de este doble CD, recientemente editado por la etiqueta muniquesa Orfeo a partir de grabaciones inéditas realizadas en la Radio de Colonia hacia 1960, lo prueban, desde los primeros compases de la Fantasía op. 17 de Schumann. Si tienen la oportunidad de escucharlo, tal vez experimenten el mismo estremecimiento que a mí causó la versión aquí incluida del Intermezzo en mi bemol menor de Brahms.
10/20/2007
Nuno Nabais, meu herói
Ao contrário do Henrique, que relata no seu último post um concerto desastroso da OSP dirigido por José Cura, eu regresso à blogosfera movida pelo entusiasmo e pela admiração.
Ontem, como tinha esquecido em Espanha os meus vestidos de gala, decidi não passar pelo São Carlos (o João diz que também não foi por outras razões que, por acaso, partilho). Fui, com calças de ganga, para a Fábrica Braço de Prata escutar a música que tinham para oferecer quatro músicos (com M grande): José Parrinha (Clarinetes), Nuno Rebelo (Guitarra), Rodrigo Pinheiro (Piano) e Miguel Pereira (Contrabaixo). Excelente, como era de esperar.
Porém, o que me emocionou vivamente foi passear por um espaço que tinha tido a oportunidade de visitar cinco meses atrás, guiada por Nuno Nabais. Na altura, só se podia adivinhar com um grande esforço de imaginação aquilo que o Nuno queria para aquelas salas abandonadas. Hoje, a realidade é um local mágico, efervescente de criatividade e de boa disposição.
Vão. Usem, abusem. Desfrutem. Façam parte do século XXI.
Chamei-lhe superhomem, uma piada sem piada para elogiar alguém é um grande especialista em Nietzsche. O certo é que, sem deixar de ser homem, ontem se tornou num dos meus heróis.
Ontem, como tinha esquecido em Espanha os meus vestidos de gala, decidi não passar pelo São Carlos (o João diz que também não foi por outras razões que, por acaso, partilho). Fui, com calças de ganga, para a Fábrica Braço de Prata escutar a música que tinham para oferecer quatro músicos (com M grande): José Parrinha (Clarinetes), Nuno Rebelo (Guitarra), Rodrigo Pinheiro (Piano) e Miguel Pereira (Contrabaixo). Excelente, como era de esperar.
Porém, o que me emocionou vivamente foi passear por um espaço que tinha tido a oportunidade de visitar cinco meses atrás, guiada por Nuno Nabais. Na altura, só se podia adivinhar com um grande esforço de imaginação aquilo que o Nuno queria para aquelas salas abandonadas. Hoje, a realidade é um local mágico, efervescente de criatividade e de boa disposição.
Vão. Usem, abusem. Desfrutem. Façam parte do século XXI.
Chamei-lhe superhomem, uma piada sem piada para elogiar alguém é um grande especialista em Nietzsche. O certo é que, sem deixar de ser homem, ontem se tornou num dos meus heróis.
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