5/07/2005

A revolução pós-modernista

Lido (e reproduzido aqui sem a devida vénia, mas espero que ninguém leve a mal) no óptimo Bajja, como comentário suscitado por um lúcido manifesto de César Viana em favor da criatividade:

Um revolucionário pós-modernista said...

O que nós - aqueles que pensamos ter algo a dizer sobre o assunto, perdoem-me a arrogância - temos de fazer é "apenas" movermo-nos de forma a contribuir - nem que seja milimétricamente - para a alteração do estado das coisas.
A arte, desde sempre, precisou de patrocínio. Ponto final. A arte não é essencial. Aceitemos isso. E portanto, é uma actividade absolutamente magnífica e que em muito contribui para o cumprimento dos estádios mais elevados da condição humana, claro, mas que depende essencialmente de estarem cumpridas as condicões primárias de subsistência do ser humano para que haja sequer a hipótese de a sociedade aceitar a inevitabilidade da sua existência. Dito isto, penso que decorre daí que, no mundo economicista que nos rege hoje - que não é o de Maecenas, apesar da figura patética do mecenato que se foi buscar...- é absolutamente necessário que os artistas em vez de "pedincharem" apoios se afirmem na sociedade civil, seja acedendo aos postos que lhes dão poder, seja afirmando-se nos meios académicos, seja atirando à cara da sociedade a irrecusabilidade dos seus projectos artísticos. Meus caros, tomemos o poder! Lutemos nas instâncias próprias - aquelas que possuem o poder de decisão. No mundo actual, em que o euro/dollar é que dita o destino, os artistas têm de fazer a revolução por dentro do sistema. Morram os burocratas da cultura, Pim; Morram os políticos desinformados, Pim; Morram os programadores dos compadrios, Pim; Morram os educadores instalados, Pim!