Escutei há pouco a entrevista dada à TSF pelo brilhante Mariano Gago. Estava ele a alertar para os graves desafios com os quais se defronta hoje o ensino superior português - a concorrência internacional, o elevado número de adultos que não frequentam a formação permanente... - quando o jornalista que a conduzia se lembrou de lhe fazer uma pergunta a propósito das propinas.
O ministro reagiu logo: esse tema nem sequer está na agenda, o ensino superior português debate-se com problemas gravíssimos, estando em causa a possiblidade real do país permanecer numa situação de subdesenvolvimento irreversível... E o convencido jornalista, enquanto o ministro tentava colocar o debate na perspectiva certa, teimou e teimou, defendendo a pertinência da sua tola questão. Tola, em termos absolutos e ainda mais tola no contexto do processo de Bolonha.
Pensei para os meus botões: olha um adulto que precisa de reciclagem urgente. Depois, porém, atacou-me a virose do fatalismo. Quod natura non dat, Salamantica non praestat.