Ultimamente, tem sido notório o esforço da parte da Antena 2 para se transformar numa emissora simpática, que acompanha e dá prazer sem, ao mesmo tempo, perder a sua missão pedagógica. Imaginem só: de repente, passei a ser ouvinte! Ainda bem.
Só faltam algumas coisitas: um livro de estilo, actualizar um pouco a biblioteca, dar mais importância à pesquisa musicológica. Digo eu que deve ser possível encontrar um ponto de equilíbrio entre a maçada histórica e o vácuo que tem como modelo a prosa da Hola.
Não sei, por exemplo, a propósito deste fantástico concerto: Orquestra Filarmónica Real e Royal Opera House no mesmo texto? Até demorei um bocadinho em perceber que se tratava da orquestra do Beecham…. (sim, o tal que dizia coisas tão engraçadas como esta: “A musicologist is a man who can read music but can't hear it”…)E, já agora, ninguém se lembrou de ir buscar e comentar o texto que usou o Mahler na quarta sinfonia? Ou será que todos os ouvintes já o conhecem? Bom, talvez tenha passado antes de eu ter ligado. É que, conhecendo o seu significado, aquela ideia da obra cantar a infância “ingénua e perspicaz”, no mínimo, enriquece-se um bocadinho…
Ficámos, porém, a saber que o homem (Mahler, claro) foi para o divã do Freud por causa das suas desavenças conjugais (suas dele, de Mahler, claro).