6/21/2007

Atalhos

Conforme pode ler-se aqui, esta Primavera, Pedro Carneiro, Teresa Simas e Alexandre Dias decidiram fundar a Orquestra de Câmara Portuguesa. As audições estão actualmente a decorrer e o seu primeiro concerto tem data marcada para o próximo dia 13 de Setembro, no CCB, sob a direcção de Pedro Carneiro.

O nome surpreendeu-me: não conhecia esta faceta da sua personalidade artística, que muito admiro, e também não a vejo reflectida na sua biografia oficial. Mas adiante.

Actualmente há, que eu me lembre, três orquestras profissionais sem casa própria em Lisboa: a Sinfónica Portuguesa, a Metropolitana e a Sinfonietta de Lisboa, para além da Sinfónica Juvenil, da Académica da Metropolitana e da Orquestra Jovem do Conservatório Nacional. Não acham um pouco estranha a ideia de criar, do zero, mais uma, promovida aliás pela única casa decente disponível em Lisboa para acolher um agrupamento deste tipo? Será tão complicado falarem, negociarem, chegarem a acordos as instituições já existentes? Esta é, obviamente, uma pergunta retórica: é, de facto, muito complicado, mas tenho o preconceito conservador de que essa é a única via sensata para criar um tecido cultural estável, sem atalhos e protegido de veleidades senhoriais.

Mas, se calhar, digo isto por causa desta época do ano, em que já começo a ver as coisas iluminadas pela agressiva e indiscreta luz do sol estival. Bem pensado, talvez chegou o momento de eu também fazer uma proposta ao CCB. Não sei ainda qual, mas para já, tal como a de Pedro Carneiro, prometo que será ambiciosa.