A entrevista dada pelo Secretário e Estado hoje ao DN torna mais pertinente, se cabe, a série de artigos dedicados à gestão da ópera publicados este mês por Augusto M. Seabra no sítio da Culturgest. Ponderem, para comprová-lo, o conteúdo das seguintes afirmações: "O São Carlos não é para servir o projecto do director artístico. Este é que serve o projecto do São Carlos. E este é definido pelo Governo."
Confirma, ainda, que o diálogo do actual director do Conselho Directivo do Teatro Nacional de São Carlos com a tutela é de surdos. Onde um fala de tempo e de dinheiro ("Uma fusão agora, nestas condições financeiras, é caminhar para o abismo"), o outro fala "apenas de projectos" (e de velocidades de cruzeiro, de contratos-programa definidos em dois meses, de "abertura" para a negociação de possíveis reforços financeiros, de que um repentino corte orçamental de 682 mil euros não é "razão" para a programação de um teatro ser alterada!).