E o Teatro de São Carlos acaba de enviar a correspondente nota de imprensa, dando a notícia. Não se diz se Pinamonti "troca" ou "combina" ambas as cidades.
A minha ligação com A Corunha, sem ser demasiadamente profunda, vem de longe. Tenho acompanhado com entusiasmo os seus projectos culturais e considero-os um modelo, nomeadamente no que diz respeito à sua integração na cidade.
É também verdade que não moro lá, e talvez por isso a minha impressão seja demasiadamente optimista. Faço esta ressalva porque, ultimamente, algum aluno meu, galego, tem criticado certa tendência para a megalomania musical na Corunha. Mas, que querem que lhes diga, a ópera e a música sinfónica são megalómanas por definição. Sem os delírios de grandeza de Beethoven, Wagner ou Mozart, por exemplo, a nossa história cultural seria bastante diferente. Sei que a argumentação é circular. Ou seja: apreciar Mozart supõe um enorme investimento que só se faz... no caso de se apreciar Mozart. Este é, porém, outro assunto, fica para outro dia.
Voltando ao Festival Mozart e à Corunha, onde também reside a Orquesta Sinfónica de Galicia, uma das melhores de Espanha, cabe dar os parabéns aos responsáveis pela escolha de Paolo Pinamonti. Só O Rapto do Serralho, segundo Strehler, de 2005 ou o Così com que deu início a presente temporada no São Carlos seriam já razões para isso.
(o passarinho falador, que, nesta ocasião, era um passarinho galego, citava o Ópera e demais interesses, por supuesto)