Tenho andado a passear por outros lados ou, então, tenho ficado muito sossegada na minha casa a estudar e a escrever. Por isso, só hoje – maravilhosa Lisboa no primeiro dia de primavera-primavera – é que dei pelo número de Março da revista CAIS. Coordenada pela Associação Extra]muros[, a revista celebra nesta edição os 30 anos do concerto do grupo Genesis em Cascais. Foi concebida como uma espécie de mini-exposição documental e contextualiza o acontecimento com informação relativa às circunstâncias sociais do Portugal da época. Arrisca por vezes cair na nostalgia, mas não chega a fazê-lo.
Sobretudo, vale a pena comprar um exemplar para poder ler, enquanto se anda de metro, coisas como esta: “os Génesis mostraram aderir alienadamente à especulação bárbara dos produtores discográficos, a loucura capitalista da reprodução mercantil!”. Ou como esta “Um aspecto suplementar deste concerto. Mostrou como 20 mil jovens da classe média e/ou trabalhadora preferem música a mixórdias sonoras que as opressões políticas pretendem inculcar.» (crítica de Jorge Lima Barreto publicada na revista Mundo da Canção).