Tinha – e tenho – a intenção de comentar o texto do Leon Botstein transcrito nos posts anteriores, mas agora ando com a cabeça nos exames dos meus alunos. Avaliar sempre cansa.
Encontrei algumas novidades e comentários relativos a dois temas que me interessam do ponto de vista profissional: o processo de Bolonha e a introdução das NNTT.
Quanto ao primeiro assunto, no Blasfémias, foi ontem publicado um post relacionado com o tema e encontra-se, ainda, nos comentários enviados pelos leitores, a referência a esta lúcida visão do problemas do ensino superior em Portugal.
Em Espanha, embora criticado nos corredores e nos almoços de professores doutores, o processo de Bolonha está a ser encarado pelas universidades como uma espécie de oportunidade de ouro para dar o definitivo e longamente acarinhado “salto a Europa". No entanto, apenas o 31% dos alunos sabem alguma coisa sobre o assunto. A nova Lei Orgânica de Universidades, de 2001, apesar das suas deficiências, provocou uma revolução que tem preparado o caminho a Bolonha, sobretudo devido à implantação de processos de avaliação e acreditação nacionais através da ANECA, instituída em 2002, inclusive necessários para a contratação de novo professorado.
Quanto ao segundo assunto, boas e más notícias. O Presidente da República decidiu liderar a reflexão sobre as consequências do choque tecnológico em Portugal (embora organizando um seminário para apenas cerca de duas centenas de pessoas sobre o qual ainda não há notícias pormenorizadas no site da Presidência).
A má notícia é o baixíssimo nível de introdução das NNTT nos lares espanhóis, apesar do optimismo conclusivo dos autores do informe, para os quais é óptimo que um 33% dos lares tenha o “desejo” de usar mais os ordenadores e Internet no futuro. O facto é que - apesar dos "rimbombantes" e regulares planos nacionais de actualização tecnológica - em apenas cerca do 21% dos lares as TIC estão plenamente integradas (particularmente no que diz respeito ao uso de Internet). Mal camino.
Volto aos testes.