4/22/2005

Na Festa da Música

Cheguei ao CCB por volta das 11 horas. É surpreendente que, mesmo quase sem público, o ambiente já parecia electrificado no interior do edifício. A primeira imagem é a de João Almeida, do cimo da sua estatura, falando ao telemóvel, e fazendo as vezes de regente do primeiro directo com o qual a Antena 2 fez a sua abertura da Festa. Eu, que participei nele, não posso perceber como é que ninguém consegue manter a cabeça no seu sítio nessas circunstâncias: conversa com cinco pessoas, mais dois jornalistas destacados em outros pontos do CCB e, ainda, pequenas peças previamente gravadas, todos a serem coordenados durante um período mínimo de tempo (mínimo quando comparado com a "durée" ligada à experiência da escrita, a que estou a ter agora, da qual gosto mais). É admirável.

É também admirável observar o entusiasmo com o qual os meios de comunicação colaboram neste acontecimento. Sou suspeita e, obviamente. Só posso ter uma visão parcial disto. É bom poder destacar qualquer coisa diferente dos impostos, das quezílias partidárias, da ameaça de produtos cancerígenos ocultos em frascos e bisnagas que se nos oferecem, aparentemente inofensivos, nas prateleiras dos supermercados.

E é também bom poder escutar a Sinfonia em dó menor, de Beethoven, ao vivo. Mais uma vez. Mil vezes. Elitista? Eurocentrista? Escapista? Pois é. E então?