Quando tornar a vir a Primavera
Talvez já não me encontre no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera o seu único amigo.
Mas a Primavera nem sequer é uma cousa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
Há novas flores, novas folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.
Alberto Caeiro (1915)
Para fetichistas: a ficha catalográfica e a reprodução do documento original guardado no espólio (site da BN).
Para quienes quieran leerlo también en español: el fabuloso site de Sebastián Santisi, donde se encuentran traducciones de un número considerable de poesías de Pessoa.