5/30/2007

In the air

My idea is that there is music in the air, music all around us, the world is full of it, and you simply take as much as you require.

Edward Elgar

5/29/2007

Mais sobre Lang Lang

Por meu turno, depois de ler este comentário no blog do Carlos, apeteceu-me acrescentar algumas coisitas ao meu penúltimo post.

Fui ao concerto com algum receio: a agressiva estratégia de marketing que tem estado atrás do pianista pelo menos desde os seus 18 anos e, mais específicamente, a desenvolvida pela sua discográfica, a DG, inspirada na pop music e dirigida, também, ao mercado asiático, não vai muito comigo. De facto, é a típica coisa - sou por vezes um bocadinho snob - que faz disparar uma boa parte do meu arsenal de preconceitos.

Aliás, o que conta o Henrique aconteceu, só que, pelos vistos, eu estava, por assim dizer, in a sentimental mood ou, sem procurar explicações, simplesmente não me importei minimamente. A diversão é uma das marcas da cultura do nosso tempo, tal como a mistura de nobreza e vulgaridade e a incapacidade de seguir uma ideia (musical) durante mais de, digamos, 5 segundos... Aceitando que seja isto o que Lang Lang faz, poderia ser entendido, até, como uma forma de estar no presente.

O que não sei é se Lang Lang conseguirá libertar-se da pressão da DG, que agora parece andar com duas manias: explorar jovens talentos (ouça-se como exemplo o acontecido com Elina Garança, no seu CD de lançamento na etiqueta) e remexer na arca à procura de "figurões" para reeditar (ultimamente, tem sido este o caso, com CDs de Horowitz, Kissin ou Foldes, entre outros). Ou seja, não tenho, obviamente, a certeza de que Lang Lang vá encontrar uma "voz" pessoal, duradoira no tempo e que não precise de se impor de forma tão insistente. O pianista faz, no próximo 14 de Junho, 25 anos...

Também o mencionado Horowitz foi acusado, sobretudo no início da sua carreira, de maneirista, efectista e piroso. Dizem que ele dizia: "There are three kinds of pianists: Jewish pianists, homosexual pianists, and bad pianists". O tempo dirá qual é a categoria a que Lang Lang pertence. No caso dele, se calhar vale a pena esperar.

Isto ficou demasiado longo e, no fundo, não percebo muito bem a razão.

Por acaso, tenho o último CD do Lang Lang à minha frente. Vou escutá-lo nestes dias. Logo - se entretanto não ficar entretida com outro assunto, que é o mais certo - digo alguma coisa.

Diario de una profesora

Uno de mis mejores alumnos, que tiene últimamente bastante abandonado su blog (espero encontrarme entre los culpables de ello), ha sido también el autor de algunas de los mensajes más divertidos y clarividentes que he leído este curso.

En el tema sobre música y tecnología, por ejemplo, les propuse como audición Kontakte. Cuando hubo quien confesó en el foro de la asignatura de Historia de la Música del siglo XX que no había conseguido escuchar la pieza hasta el final, él respondió que le parecía incomprensible: al final, todo es una cuestión de escala. 35 minutos. Es lo que dura Kontakte, o sea, lo mismo que una misa. Todos hemos conseguido oír alguna entera en nuestra vida. Incluso, nos recordaba, hay personas que han llegado a resistir discursos enteros de Fidel Castro.

(Me acordé de él escuchando hace dias una octava de Bruckner que me hizo desear estar en La Habana. Bruckner es mi Brahms particular.)

En el programa, después de los europeos, llegan los americanos, con un especial énfasis en la figura de John Cage. En el tema correspondiente, se refiere que las risas de la audiencia de un happening también forman parte del espectáculo y del resultado sonoro del mismo. Otro de mis alumnos no acabó de entenderlo bien, así que, como una imagen vale por mil palabras, se lo expliqué con esto:



(Que va también para Paulo.)

Manuel, ése es su nombre, comentó que nunca se podría imaginar a Pierre Boulez o, incluso, a Stockhausen en una circunstancia parecida, porque en la sociedad europea los roles de cada uno están preestablecidos, hasta el punto de que algunos los pretenden heredar.

Después de mostrar el vídeo, he convertido a unos cuantos a la causa cageana, de la que, francamente, nunca me he considerado particularmente devota. No obstante, la mezcla de inocencia e ironía, la genialidad, me apetece escribir, que, en esas imágenes, se atisban en el rostro de John Cage no pueden dejar a nadie indiferente.

5/28/2007

O pianista que veio da China

Não descubro nada novo, eu sei, mas eles são mesmo diferentes. Este ano, tive em Salamanca uma aluna da Coreia. O tema do curso era o tratamento da música erudita na imprensa escrita. Ela contou-nos o que acontecia nos jornais do seu país. Começou assim: para vocês, ocidentais, a linguagem é comunicação, para nós, é poesia. Adivinharam, tenho a certeza, as dúvidas que tenho relativas ao meu sucesso pedagógico junto dela.

Mas adiante. Isto vem a propósito do concerto de Lang Lang e da Orquestra Gulbenkian, sob a batuta de Lawrence Foster. Os meus “contertulios” dos concertos, entre os quais se conta o Henrique, não gostaram do estilo do solista que, presumo, não deve poder ser desligado da sua experiência vital e cultural, dividida entre a China e os Estados Unidos. Um deles chegou a dizer que, até ouvir Lang Lang tocando Beethoven, nunca tinha imaginado que a distância entre nobreza e vulgaridade fosse tão curta. Era uma crítica negativa, mas, bem pensado, também poderia ser entendido como um elogio.

Do que escutei, apenas retive, e basta-me, o que foi acontecendo durante o Largo do primeiro de Beethoven. Especialmente, Lang Lang e Esther Georgie dialogando e envolvendo-se com a perfeição que só os verdadeiros músicos e algumas noites raras de Primavera propiciam. Afinal, parece que aprendi alguma coisa da minha aluna coreana.

5/25/2007

Para este fin de semana




Ella cantando "Dream a Little Dream of Me" en la televisión japonesa (1964).

5/24/2007

Música y escena

Encontrar un lenguaje escénico personal es una tarea tan complicada como encontrar un lenguaje musical propio, y esto es algo de lo que muchos compositores no son conscientes. Voy a provocar un poco: en el noventa por ciento de las producciones de teatro musical contemporáneas a las que asisto, no encuentro una relación de necesidad entre la música y la escena, la mayoría de los compositores hacen su música y la "pegan" a un concepto escénico que les viene dado desde fuera. Esto no me vale en ningún caso. El teatro musical es un todo, en el que la música debe ser imprescindible para contar una historia, no un añadido. Pero entre los planteamientos serios, en el momento actual hay miles de opciones diversas: en un extremo estarían los compositores que, aún trabajando con textos, abstraen el elemento teatral, como puede ser el caso de Lachenmann. En el otro extremo estarían compositores como Georges Aperghis, que parten de la esencia misma del teatro y hacen teatro con medios musicales, con los instrumentos, con las distintas posibilidades de la voz, etc.

Lo afirma Elena Mendoza López, en esta entrevista publicada por Taller Sonoro. A finales de septiembre, la compositora sevillana estrenará en Alemania, donde reside actualmente, una pieza de teatro musical basada en la novela Niebla, de Unamuno, programada en los "Dresdner Tage für zeitgenössische Musik".

Tiago Bartolomeu Costa dixit

Isto  deve ser um bocadinho ilegal, mas, com a vénia e enquanto ninguém se queixar, aqui fica o artigo que Tiago Bartolomeu Costa, do blog O Melhor Anjo, assina hoje no Público. Intitula-se "Um engodo chamado Opart". A leitura pode ser complementada com a do publicado ao longo destes meses no Ideias Soltas.
A lei de 27 de Abril, que define o Opart, o organismo que oficializa a junção da Companhia Nacional de Bailado (CNB) com o Teatro Nacional São Carlos (TNSC) - disponível em http://www.dre.pt/pdf1sdip/2007/04/08200/27792786.PDF -, é de tal forma desfasada do seu tempo que só um Estado como o nosso, ausente de memória e consciência pública, o pode permitir. Esta caricatura do que se entende por cultura sustenta-se numa argumentação pífia que acusa a pequenez e o fechamento a uma realidade em tudo contrária às recentes directivas europeias, tão depressa aclamadas pelo Ministério da Cultura (MC). O retrocesso cultural é óbvio e deveria envergonhar todos aqueles que recentemente se bateram pela honra de Paolo Pinamonti, ex-director do TNSC.

Mais do que oposição a uma estratégia política, devia ser a um modelo enviesado que se provou falhado em muitos países e em Portugal na década de 80. O MC justifica-se com um passado honroso, do século 19, com "temporadas regulares de ópera e de bailado", provocando grosseiros saltos históricos que ignoram todo o trabalho feito nos últimos 50 anos, pelo Ballet Gulbenkian ou a CNB, igual a zero para uma tutela cega e obcecada com uma história que lhe sirva. A introdução à lei merece ser lida pelo seu carácter juvenil e exemplo do que regressa: uma cultura "músico-teatral".

Seguimos cantando e rindo agora que chegou o tempo de "criar condições para uma melhor articulação dos recursos humanos e materiais disponíveis, aumentando a eficiência da sua utilização ao serviço de ambos os projectos, mas sem prejuízo das suas respectivas identidades artísticas".

O secretário de Estado da Cultura (SEC), Mário Vieira de Carvalho (PÚBLICO, 16/05), garante que vai poupar 1,3 milhões de euros no orçamento. Teria sido interessante explicar como, se só na CNB o que há não chega para o cenário da próxima peça e muito menos para o segundo semestre de programação do Teatro Camões.

Ou esclarecer o que, na lei, entende por receitas vindas do mecenato (artigo 21, alínea 1b), uma vez que, neste momento, Millenium BCP e EDP passam a concorrer para a mesma supraestrutura com um só orçamento, que no caso da CNB foi a única forma de se poder trabalhar com algum ritmo. Irá o MC fazer o mesmo que no Museu de Arte Antiga - verbas angariadas pela sua directora serviram para suprir faltas noutros museus -, gerindo os apoios dos mecenas a seu bel-prazer? Terá informado os administradores das empresas? Quem vai negociar esses apoios? O conselho de administração do Opart vai vender o mesmo produto duas vezes?

Apesar de a lei prever que as duas casas gozarão de "todos os necessários poderes de superintendência na produção, programação, comunicação e projectos educativos", justificados como "garante da coerência e da excelência da actividade artística e da imagem que dela se projecta nacional e internacionalmente", a tutela não se coíbe de considerar que está finalmente na altura de repor a ordem nesse grande equívoco que foi a separação da CNB do TNSC, em 1998. Razões: o subaproveitamento do TNSC e do Teatro Camões, a "expectativa de aumento potencial de públicos que não tem sido explorada", ou o grande investimento que precisa ser traduzido "na missão de serviço público" e "ser proporcional ao investimento que o Estado faz".

Mas os seus responsáveis directos, os directores artísticos - e o da CNB está por nomear - não terão direito a voto (artigo 10, alínea 2), sendo a estratégia, eminentemente financeiro-cultural, assinada pelo conselho de administração nomeado pelo MC e as Finanças, onde pontuam gestores sem reconhecida experiência na gestão cultural?

Nada disto parece preocupar a comunidade artística e intelectual, jornalística e política, certamente crentes de que esta equipa ministerial vai passar e outra, mais acessível, desfará o engodo. Como se fosse assim tão simples estar sempre a começar de novo. Como se não fossem óbvias as estratégias de acautelamento futuro do secretário de Estado da Cultura, verdadeiro timoneiro deste imenso barco onde nos afunda.

5/23/2007

Fonógrafo

Vai declamando um cómico defunto.
Uma plateia ri, perdidamente,
Do bom jarreta... E há um odor no ambiente
A cripta e a pó – do anacrónico assunto.

Mudo o registo, eis uma barcarola:
Lírios, lírios, águas do rio, a lua...
Ante o Seu corpo o sonho meu flutua
Sobre um paul – extática corola.

Muda outra vez: gorjeios, estribilhos
Dum clarim de oiro – o cheiro de junquilhos,
Vívido e agro! – tocando a alvorada...

Cessou. E, amorosa, a alma das cornetas
Quebrou-se agora orvalhada e velada.
Primavera. Manhã. Que eflúvio de violetas.

Camilo Pessanha, Clepsidra (1920)

(Casi) sin palabras




No me ha gustado sólo a mí y por razones parecidas. Yo hubiera destacado también otros cortes, por ejemplo el sexto.

En Lisboa (27 de mayo) y Madrid (1 de junio), Javier Perianes va a tocar la parte solista del concierto en sol, de Ravel, juntamente con Daniel Harding y la Orquesta Sinfónica de Londres.

5/22/2007

La ópera ha muerto, viva la ópera

Otra de las cosas que se me han quedado en el tintero estos días es la entrevista que le hice a Hans Zender con el pretexto de su última visita a Madrid. Dirigió, dentro de la programación de Musicadhoy, su "interpretación compuesta” de Winterreise.

Es asombrosa la variedad de referencias culturales y sonoras que se manifiesta en su obra y también en su conversación. La personalidad artística de Zender, maestro y compositor, no es, desde luego, banal y tampoco se adapta bien a los límites de lo que con política corrección nos parece propio del dominio de la música “contemporánea”. Es lo mínimo que se me ocurre comentar a propósito de alguien que ha grabado, con éxito, la integral de las sinfonías de Schubert o que piensa que Bernd Alois Zimmermann es el compositor alemán más importante de la segunda mitad del siglo XX. ¿La razón? La aplicación del concepto de pluralismo en sus obras.

Había leído que su Parsifal, en 1975, era un hito en su carrera, así que le pregunté sobre el asunto. Me respondió que de lo que mejor se acordaba era de la magnífica acústica de Bayreuth. Por lo demás, según él, dirigir ópera es aburrido, entre otras cosas por el escaso placer que le da trabajar con directores de escena que poco o nada saben de música. Acusa por ello de diletantismo a los más importantes teatros de ópera. En toda su experiencia como director de ópera, recuerda sólo cinco ocasiones en las que consiguió entenderse a la perfección con los responsables por la puesta en escena. Una de ellas fue la Elektra que hizo en los años 80 en colaboración con Nuria Espert.

En un momento dado de la entrevista, que se publicará el mes que viene en Audio Clásica, dijo:
La ópera no es el centro de mi experiencia como compositor. Pienso que tampoco lo es en la historia de la música del siglo XX, entendida como una exploración de los límites de la composición. La forma ópera, en el sentido tradicional, está muerta desde hace mucho tiempo. No obstante, sí me parece que es muy interesante combinar acontecimientos acústicos y visuales, lenguaje y canto, acción e imágenes, para crear nuevas formas de teatro musical que, en mi opinión, están directamente relacionadas con nuevas formas de cultura.
Probablemente, para hablar sobre El viaje a Simorgh, de su discípulo José María Sánchez Verdú, deberíamos empezar por aquí.

Inês de Castro, según Carlos Marecos

Escuché el otro día en Alcobaça, en la inauguración de la 15ª edición del Festival de Música de la ciudad, el estreno de una de las últimas obras de Carlos Marecos: Inês, siete miniaturas sobre A Castro ou Tragédia muy sentida e Elegante de Dona Inês de Castro (1587), de António Ferreira, que es considerada la primera tragedia clásica portuguesa.

La pieza de Marecos, que es uno de los compositores portugueses más interesantes de la actualidad, es un ciclo vocal para soprano y orquesta a partir de fragmentos de la mencionada tragedia original. Los textos seleccionados son bellísimos y van desvelando, de forma sutil y en primera persona, la conocida historia de la infeliz dama.

El recurso a la literatura clásica, portuguesa en este caso, me hizo pensar en la ópera de Sánchez Verdú, así como el requinte tímbrico, común a ambos compositores, y la habilidad para transformar la orquesta en una especie de amplificación psicológica del texto. Después, Carlos Marecos me comentó que, en el futuro, le gustaría tener la oportunidad de poner esta obra en escena. Seguramente tiene razón, aunque a mí me pareció que la fuerza de lo que él ha escrito y la expresividad de la solista bastan para transmitir todo su dramatismo. No obstante, siguiendo con la comparación entre Verdú y Marecos, estas siete miniaturas se organizan conforme una concepción del tiempo más tradicional. En lo que se refiere a la partitura de Marecos, esta concepción se relaciona con la utilización de elementos reconocibles en diversas partes de la obra (por ejemplo, tipos de acordes en la orquesta, intervalos en la voz), casi como reminiscencias de procesos cíclicos. Obviamente, estos comentarios son descriptivos y no dicen nada acerca del valor de la obra.

Inês es un paso más, hermoso y seguro, en el sólido y personal trayecto artístico de Marecos. Propone una actualización de uno de los mitos más conocidos y fructíferos de la cultura portuguesa y lo hace en un lenguaje y con una maestría que le podrían asegurar el éxito en cualquier sala de concierto internacional. Desde el punto de vista estético, para mí es evidente la relación de esta obra con cierto espíritu finisecular, donde se articulan en la dosis adecuada varios "ismos": saudosismo, simbolismo y psicologismo. He estado a punto de colocarle la etiqueta de neo-saudosista (creo que tengo derecho a intentar entrar en el panteón de los críticos que hacen historia aplicando de esta forma un término reductor y con gancho), pero no quiero meterme en líos.

Una parte del éxito de la obra se debió a la excelente interpretación de la soprano Mónica Pais, un nombre a retener, y al cuidadoso empeño con el que Cesário Costa, al frente de la Orquesta del Algarve, la dirigió.

Para saber más sobre Carlos Marecos: se puede consultar la página del Centro de lnformación de la Música Portuguesa, creado y mantenido por la asociación Miso Music, o su página personal.

Y para saber más sobre Mónica Pais, sólo hay que clicar aquí.

A propósito de Inés de Castro hay bastante información en la net. Una posibilidad es empezar leyendo este artículo de Helena Vasconcelos, que resume la fortuna del mito.

5/17/2007

Simorgh en la net

El martes pasado vi y escuché, finalmente, El Viaje a Simorgh, de Sánchez Verdú, que se ha estrenado este mes el Teatro Real. La obra, desde luego, ha generado primero expectativa y, después, discusión. También en la net.

En la página de Beckmesser se pueden encontrar algunas de las críticas que han salido en la prensa escrita y a partir de este artículo, publicado en Periodista Digital, se ha generado una pequeña lista de comentarios de los lectores, inusual teniendo en cuenta el tema. Algunos blogs se han hecho eco de la representación, con comentarios que van de la exégesis al exabrupto, pasando por la opinión de alguien que visitaba el Real por primera vez. En cuanto a los foros sobre ópera, tenemos uno más bien visceral (me gusta/no me gusta) y otro con argumentos bastante más elaborados.

No es poco.

Post demagógico

El número de los que se preocupan después de saber que la universidad española ocupa el lugar número 40 en el Bologna Scorecard 2007 que se discute estos días en Londres debe de ser más o menos coincidente con el de los melómanos que se interesan por la - por así decirlo a falta de expresión inmediata más contundente - ópera contemporánea.

Detrás de España, y hasta llegar al número 48, están Moldavia, Armenia, Macedonia, Azerbayán, Albania, Bosnia, Andorra y Montenegro. Nuestra alegría de vivir congénita nos ayudará a salir también de este trance. No hay problema. Amén.

Tampoco es un problema que en Madrid se juzgue la partitura de Sánchez Verdú teniendo como referencia a Wagner y Verdi. Bien pensado, hasta es divertido.

Llega al despacho el perfume de la hierba recién cortada y de la primavera, que, tal como en otoño, es dulce y denso a la orilla del Ebro.

5/13/2007

Ópera, sofismas e a causa liberal

O João comenta hoje o conteúdo de um artigo de opinião que saiu ontem no DN.

Há dias o mesmo autor publicou um post argumentativamente comparável no blog onde colabora. Acabo de ver que no blog A memória inventada, no post "Pela boca morre o Poisson?", já foi assinalado o principal defeito do seu raciocínio.

O domínio da sofística está ao alcance de muito poucos. Não é sofista quem quer, mas quem pode. Por princípio, os liberais deveriam ter sempre presente esta diferença.

No artigo do DN há várias falácias, mas eu não sou Sócrates e também não julgo útil que quem o assina aprenda.

5/10/2007

(Casi) sin palabras



Irrepetible. Incomparable. Todavía no se puede comprar en la iTunes española, pero sí se puede escuchar en la página de Naxos.

Nota para maniáticos: no se ve en la portada, pero es la legendaria versión de Václav Talich y la Filarmónica Checa grabada en 1954, restaurada para Naxos Historical por Mark Obert-Thorn y que el año pasado salió reeditada en Supraphon.

5/08/2007

Para perderse

Entrad, por ejemplo, por la palabra Printemps.

Relva crescida

A relva cresceu e temos de volta o Henrique, em grande forma. Até que enfim!

Ainda bem que as deficientes condições acústicas nas quais decorreu a Valquíria do Vick não lhe impediram apreciar devidamente os resultados sonoros atingidos pela OSP nas récitas a que teve o desprazer de assistir.

Por meu turno, este Verão vou compará-los cuidadosamente com os de Bayreuth. 

Asseguro-vos que hei-de voltar sobre este escaldante assunto.

Pianistas







Por pura casualidad, me encontré hace unos días con el CD de Evgenia Rubinova. Fue lanzado por la EMI el verano pasado. Lo que hace con las Fantasías op. 116, de Brahms, hay que escucharlo para creerlo.

Con las novedades pianísticas lanzadas por la etiqueta Naxos este mes no me he encontrado por casualidad. De Eldar Nebolsin me habían hablado bien varias personas. Vive en España, donde es bastante admirado. Visitó Lisboa hace poco, donde tocó con éxito, aunque infelizmente yo no pude escucharle, el primero de Tchaikovsky durante los "Dias da Música" organizados por el CCB. Su versión de los preludios de Rachmaninov es, desde luego, sólida, casi diría granítica, pero también me ha parecido monócroma, ausente y desoladora.

Cuando después empecé a escuchar el primer corte del CD de Artur Pizarro, la "Danza de la Amapola", de Joaquín Rodrigo, fue como si un rayo de luz hubiese entrado repentinamente en la sala. De la grabación destacaría su versión de "Canción y danza" (1925) y las "Cinco sonatas de Castilla con toccata a modo de pregón" (1950–51). Todo lo demás es simplemente delicioso, incluso su espectral evocación de una "Noche en el Guadalquivir".

Dos maneras de verlo





Ontem, esqueci-me de dizer que este é un post dedicado ao Zé [Júlio] que gosta da Sarah Vaughan.

5/04/2007

Ser y no ser

La Orchestrutopica nació hace seis años gracias a la iniciativa de cuatro compositores que decidieron reunir un grupo instrumental de “geometría variable” especializado en música del presente. Fue una decisión arriesgada, ya que no contaban con ningún apoyo institucional estable. Actualmente es, juntamente con el Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, el único ensemble exclusivamente dedicado a la nueva música activo en la capital lusa. Desde esta temporada, la OU es - magnífica idea! - una de las orquestas residentes en el Centro Cultural de Belém.

El programa que la OU ha presentado esta semana en el CCB, concebido por el crítico Augusto M. Seabra, incluyó las siguientes obras de Louis Andriessen, Cornelius Cardew, Frederic Rzewski, Heiner Goebbels e Jorge Peixinho: Worker’s Union (1975), Treatise Pag 21 & 22 (1963-1967), Coming Together (1972), A Aurora do Socialismo (1976) e Befreiung (1989). Las tres primeras nunca habían sido escuchadas en Portugal. Fue un concierto extraordinario.

No tengo la posibilidad de dedicarle el tiempo que merecería. Se me acumula el trabajo en el blog (tengo pendientes los conciertos de Sokolov en la Gulbenkian y de Pizarro en los Dias da Música) y, sobre todo, fuera de él. Me conformo por ahora con esta nota, porque no quería dejar pasar más días sin señalarlo.

Quien esté en Lisboa el próximo jueves, podrá escuchar lo que Augusto M. Seabra y los compositores José Júlio Lopes y António Pinho Vargas (miembros de la dirección de la OU) tienen para decir sobre el mismo. Será en la librería Ler Devagar, en el Bairro Alto, a las 22h. Los demás se tendrán que conformar con los textos publicados en el blog de la OU, donde se pueden leer comentarios a propósito de las obras tocadas.

Sonata a Kreutzer




A tragédia final da Sonata a Kreutzer, a novela de Tolstoi, é provocada pela audição da Sonata op. 47, de Beethoven. Pózdnyshev, a personagem protagonista, sofre a incongruência entre a experiência interna produzida pela sua audição e as circunstâncias marcadas pelos convencionalismos burgueses, “entre damas decotadas”, onde era habitualmente tocada e escutada. A música, diz ele, induz o ouvinte num estado indefinido, desatando uma energia de emoções incontroláveis que não podem ser imediatamente traduzidas na acção.

A rememoração do momento fatal da execução da peça de Beethoven conclui, no texto, com uma desistência. Descrevê-la verbalmente é um esforço penoso:
Ela sentou-se com um ar de falsidade defronte do piano e começaram então os preliminares usuais, os pizzicati no violino e o arranjo das partituras. Lembro como um olhou para o outro e como lançaram outra olhadela para a audiência, que estava a tomar assento. Disseram-se algumas palavras e a música começou. Tocaram a Sonata a Kreutzer, de Beethoven. Conhece o primeiro presto? Conhece-o? Ah!

Tolstoi condena na sua obra a instituição do matrimónio e as miragens do amor físico, defendendo a virtude da castidade.

Beethoven escreveu a partitura desta sonata, que acabou sendo dedicada a Rodolphe Kreutzer, na Primavera de 1803. Consta que o compositor se zangou com o primeiro dedicatário da obra por causa de uma mulher. Pelo menos, isso foi o que contava George Augustus Polgreen Bridgetower, o violinista para o qual foi escrita e que a tocou na estreia. Na sua memória, ficou marcada a forma “casta” como Beethoven interpretava o segundo andamento.

É célebre a introdução do vigoroso Presto que deixou sem palavras ao infeliz conselheiro Pózdnyshev. Essa misteriosa introdução pode fazer lembrar o momento da Criação, a oratória de Haydn, em que se festeja no Jardim do Éden as primeiras horas de felicidade partilhadas por Adão e Eva. Precede o duetto em que ambos declaram seu amor mútuo. Nesse recitativo opõem-se representações musicais do masculino e do feminino: a decisão (triádica e cadencial) de Adão à sedução (harmonicamente ambígua e muito ornamentada, reminiscência do Caos e inquietante antecipação da Queda) de Eva. Beethoven inverte a ordem.

Quanto ao terceiro andamento, esse tem sido descrito com a expressão “diálogo impossível”.

Já no século XX, Leos Janáček escreveu o seu Trio com piano “Sonata Kreutzer” (posteriormente transformado em quarteto) duplamente inspirado por Beethoven e por Tolstoi, num dos períodos mais intensos e prolíficos da sua vida. Publicamente celebrado como compositor, tinha-se apaixonado poucos anos antes por Kamilla Stosslova, a musa que, entre outras obras, inspirou a partitura da ópera Katya Kabanová. Os dois quartetos de Janáček, o mencionado “Sonata Kreutzer” e aquele que leva o sobrenome de “Cartas Íntimas”, ambos da década de 20, tiveram também como dedicatária ideal a Kamilla Stosslova.

A foto foi tirada da página do Museu e Arquivo Janáček.

A Sonata "A Kreutzer", de Beethoven, será uma das peças que Hilary Hahn tocará em Valencia e em Lisboa, respectivamente nos dias 10 e 19 de Maio. O programa inicia-se precisamente com uma obra de Janáček, concluída na época em que estava a escrever Katya Kabanová: a Sonata para violino e piano.

5/02/2007

Prodigio difundido a escala planetaria

Esto es, desde luego, admirable. Se puede completar con la lectura de este artículo, en el que se cuenta la vida del joven músico, que entonces tenía 12 años. Ahora, con el reciente lanzamiento de su quinta (una casualidad, claro) sinfonía grabada por la Orquesta Sinfónica de Londres y con sendos contratos firmados con la empresa IMG Artists y con la Sony, Jay Greenberg se ha convertido necesariamente en un prodigio difundido a escala planetaria.

Lo que se escucha en la página no me ha interesado demasiado desde el punto de vista musical. Puede que sea porque esta semana, en Historia de la Música del siglo XX, estamos con el tema dedicado a la música electroacústica. Se explica, por lo tanto, por una cuestión de perspectiva histórica.

Espero, sobre todo, que el chico conserve el sentido del humor. Me parece que le va a hacer falta. Es que, por mi parte, no he podido evitar una sonrisa al leer las siguientes afirmaciones del responsable de la etiqueta Sony BMG Masterworks, donde la OSL ha grabado la tal quinta sinfonía:

"Jay and his music represent the future, and I believe his work symbolizes the renewed confidence we at Sony BMG Masterworks have in the future of classical music,” Hetherwick said, in announcing the signing. “Obviously, what caught our attention was the fact of his age and accomplishment. Beyond that, the passion, the authority and the confident spirit in Jay’s music speak impressively for themselves. I think that a broad, young audience is about to make this remarkable discovery."

5/01/2007

JDF en Valencia

Juan Diego Flórez se presenta mañana en el Palau de les Arts. Hoy, tenemos entrevista promocional en El País (sólo para abonados). Nos enteramos de que, ahora que se ha casado, es su mujer la que cocina. Pues muy bien.