Hoje de manhã, introduzi na minha coluna de referências o link On the future of classical music. Posso assegurar que o autor e compilador dos textos que lá encontrarão não é precisamente optimista. Passadas umas horas, vou visitar o blogue do Henrique Silveira e leio um texto tristonho, que contrasta com a minha boa disposição. Acontece que voltei mesmo agora da cabeleireira, com quem passei um bom bocado a discutir Hayden White...
Eis o contrasujeito: nos últimos meses, pelo meu turno, escutei a oratória Judas, de António Pinho Vargas, a Sequenza Ultima, de Sérgio Azevedo, e as Free Variations on the Song "Yellow Submarine", de António Chagas Rosa, obras que me marcaram. Também me pareceram notáveis a obra do compositor que venceu este ano o Prémio Lopes-Graça de composição, Vasco Mendonça, intitulada Plurabelle, e algumas peças do compositor espanhol Jesús Rueda. Ainda estou deslumbrada pela lembrança da ópera The Tempest, de Thomas Adès, vista e ouvida no Covent Garden no mês de Febereiro passado. L’Upupa, de Henze, um compositor mais velho, também me deslumbrou em Madrid. Música, música e música. Nada de conceitos, nem de experimentos: só música... e ainda bem.
Talvez a minha lista não consiga ir muito para além disso (em parte porque, obviamente, não consigo ir a tudo)... e, no entanto, se tiver de referir outras escutas mais ou menos recentes, deveria falar também da experiência de várias peças de “museu” da autoria de Feldman, de Maxwell Davies e de Claude Vivier e, ainda, das sonatas de Lopes-Graça tocadas pelo António Rosado.
O que citei até agora vale por qualquer decepção que possa ter tido, de cuyo nombre prefiero no acordarme. Ainda por cima, quando tudo vai mal, sempre temos os quartetos de Félix Mendelssohn (pelo Quatuor Talich, por exemplo).
... há dias também assisti a “Plano B”, novo circo, no CCB, magnífico... e não consegui ir ver a Meg Stuart à Culturgest, para minha tristeza...
Afinal, a minha lista pode continuar...